31 março 2013

BAK arquitectos


 
 

Que belo refúgio para passar uns dias... longe da azafama e das correrias, longe do relógio apressado em dar horas, longe do "trim trim" constante dos telefones, livre de pessoas "tóxicas"... aqui apenas e simplesmente entregue ao despojamento, ao silêncio, à contemplação e descoberta da natureza!
 
Com uma boa companhia, vale, de certeza, a experiência!
 
 
 

Casa Rajuela



 


A relação interior|exterior é muitíssimo importante na construção|articulação de uma casa. Os enfiamentos visuais e entradas de iluminação natural são um elo fundamental para a vivência harmoniosa de um qualquer espaço.

Numa sociedade onde o ritmo é acelerado e a falta de tempo uma constante, fazer da nossa casa um templo de relaxamento e tranquilidade é, com certeza, o desejo de muitos. Os elementos naturais são, por isso, parte integrante e ativa da construção destas ambiências calmas e apaziguadoras, e devem por conseguinte ser a chave da articulação dos diferentes espaços que compõem a casa.

O conforto visual e lumínico elevam a nossa vivência para um patamar de maior satisfação e realização pessoal, enriquecendo o nosso dia a dia. A textura|materialidade é outro elemento que pode potenciar o conforto de um determinado espaço.





O exemplo aqui apresentado, mostra não só a importância de espaços verdes relacionados intimamente com vãos envidraçados [e respetiva luz natural que invade o espaço interior] como também nos apresenta um modo de aproveitar a textura de um material pétreo, colocando-o em elementos arquitetónicos específicos, que fazem a continuidade entre interior e exterior, como se o vão [janela] nem sequer existisse.
Esta subtileza, entre outras, fazem a distinção entre um projeto acautelado|pensado [verdadeiramente pensado] e os projetos feitos para "encher chouriços".

 
 




Lembre-se, o mais importante é que o seu espaço lhe proporcione uma vivência verdadeiramente confortável e harmoniosa. Só assim vale a pena construí-lo!







26 março 2013

Cobertura ajardinada

 

 
 
Existe um pré-conceito, uma ideia pré concebida, de que uma cobertura ajardinada "mete água" e será uma "piscina de problemas". Não se podia estar mais longe da verdade.
 
Desmistifiquemos desde já esta questão. São vários os casos de edifícios de cobertura inclinada [telhado tradicional/corrente, com telhas] com patologias graves ao nível de infiltrações, remates mal executados que originam entradas de águas pelos beirados, telhas mal colocadas, remates de empenas, etc.... Quem não conhece um amigo, familiar ou vizinho que já teve/tem problemas de infiltrações em casa, mesmo com telhados inclinados? O mesmo se aplica às coberturas planas, sejam elas de que natureza forem [ajardinadas ou não].
 
 
 
 
Os problemas dependem do (in)sucesso da execução do trabalho. Como em tudo na vida, o sucesso depende do empenho e engenho da construção.
 
 
 
 
Uma cobertura ajardinada tem imensas mais valias para o conforto térmico de um edifício. Quando bem executada, a cobertura ajardinada potencia qualidades ao edificado, e não estamos a falar meramente de questões estéticas ou ambientes, ainda que sejam de real importância. O conjunto de camadas que vão desde o isolamento até à terra vegetal protegem as lajes de cobertura de variações bruscas de temperatura, que muitas vezes são responsáveis pelo aparecimento de fendas e por conseguinte infiltrações. Protegendo a cobertura, melhora-se a durabilidade da mesma.
 
 
 
 
 
 
As vantagens vão além disso, o conforto térmico no interior do edifício é potenciado, as mesmas camadas contribuem para:
 
[inverno] manter o calor no interior do edifício, sendo a sua perda energética mais lenta dada a quantidade de barreiras formadas pelas camadas de terra. O ar quente sobe e fica retido dentro do espaço. *
 
[verão] o calor do exterior tem dificuldade em penetrar nas várias camadas de terra e por isso o espaço interior mantem-se mais fresco. Uma forma muito natural, eficaz e económica de arrefecer o espaço é, tão simples como, regar a cobertura. O meio ambiente agradece, a sua carteira e a sua saúde também, já que escusa de usar o ar condicionado para forçar o arrefecimento. Bem sabemos como os filtros das condutas são especiais condutoras de micro-organismos prejudiciais à saúde. *
 
 
 
Faça escolhas inteligentes e sentirá a diferença na sua vivência, no seu conforto, na sua fatura da eletricidade e na saúde da sua família também!
 
 
 
 
* obviamente que para ter conforto interior não basta ter uma cobertura ajardinada. De nada servirá se tiver paredes simples sem um isolamento adequado, ou vãos [janelas e portas] que não tenham/façam um bom isolamento.





25 março 2013

Casa Faes - casa com sabor a moderno




 
 
Por aí se falam de casas "caixote" e por aí também muito se fala como são tão feias essas casas. Não podia estar mais de acordo. De facto, muitas dessas casas "caixote" que se fazem "por aí" são estranhas em muitos aspetos, parecem despojadas de escala humana, despojadas de cor, materialidade, vida... sim, sobretudo despojadas de vida.

Existem essas casas "caixote" e depois existem as casas modernas. Não se confundam, porque são completamente distintas.

As casas modernas, de linhas afinadas, têm contrastes luminicos, contrastes de cor, de texturas, de opacos e transferentes. São casas com uma forte ligação interior/exterior e vice versa. São casas feitas para aquele lugar específico e não para outro qualquer. Tiram partido da exposição solar, brincam com a noção de espaço. São feitas à escala humana, adaptando-a em torno da função versus conforto. A beleza está na sua aparente simplicidade e leveza. Casas modernas... estas casas que tanto se apelidam de citadinas e que tão harmoniosamente desfrutam de espaços naturais, orgânicos e livres.


Quando lhe falarem de casas modernas, não se esqueça de perguntar "Casas modernas ou casas "caixote"?" Porque são efetivamente, abordagens muito distintas.




Casa Cabure - um cheirinho a inverno

 
 
 
 

Casa em Hanareyama - natureza moderna


 
Há uma estreita|íntima relação entre a natureza e as linhas modernas|ortogonais deste tipo de intervenção... um rompimento discreto mas firme da paisagem aqui toma nuances harmoniosas pela escolha cuidada dos tons, materiais e posicionamento do volume construído...
A madeira estabelece uma ponte equilibrada com o lugar e a leveza|pouca espessura dos elementos, cortam o espaço subtilmente... os grandes envidraçados colaboram com o ambiente, espelhando e retribuindo silhuetas e cores, ao mesmo tempo que deixa o espaço usufruir de determinadas permeabilidades...

Apraz dizer que aqui se recarregam energias, aqui se apaziguam pensamentos, aqui se flui com a natureza com espírito livre e descontraído...
 
 
 
 
 


20 março 2013

que rabiscos faço eu afinal!?

 
 
"Mas o que raio fazes tu enquanto arquiteta? Fazes apenas uns simples rabiscos, não é ?!?"
 
 
 
 
Faço uns rabiscos... aliás faço muitos, faço montanhas de rabiscos, linhas que se cruzam, atropelam e redefinem desenhos... linhas inquietas e desordeiras, medidas ao milímetro... enchem folhas e folhas... montanhas de folhas... desenhos curiosos nascem desse atropelo de medidas rigorosas, onde a imprecisão do traço desenhado faz sugestões a variâncias... a novas ideias... ginasticam a imaginação e dão asas à criatividade...
É uma busca incansável do alinhamento mais acertado, da proporção mais harmoniosa, da espacialidade mais confortável e funcional... é uma busca fervorosa, agitada, confusa, louca, deliciosa, angustiante, explosiva, gloriosa, frustrante, inquieta, brilhante e audaz....
 
 
 
Cada pessoa contem em si uma universalidade única, com necessidades especiais, de vivência, de quotidiano, de crenças, de hábitos e rotinas, de preconceitos e fantasias, de lazer, de sociabilização... cada pessoa carrega os seus desejos e convicções... e cabe-me a mim traduzir tudo isso num espaço adaptado a essas expectativas.
 
Se é difícil?
Pocha se é!
É complexo!
É um processo de digestão da informação e de mutação de ideias... até maturar tudo!
 
 
 
 
 
Se acha que até aqui não é nada de especial... agora a tudo isto juntemos as características do lugar onde se faz a intervenção.
 
É um terreno? Que tipo de terreno? Qual a orientação? Qual a exposição solar? Ventos dominantes? Confrontações com vizinhos? Vistas e amplitude espacial? Elementos arbóreos? Obstáculos? Aproximação ao lugar? Cores dominantes na zona? Características extra? Vivência do local? Ruído? Paisagem? Clima dominante (chuva/sol)? Entre tantas... tantas outras...
 
Estas são apenas algumas das perguntas que é necessário fazer/perceber!
Tudo isto apenas para traçar uns "simples rabiscos". Mas não ficamos por aqui... a este cozinhado rico em variedade, ainda juntamos legislação, condicionantes municipais... aqui faz-se um salto mortal à retaguarda para uma piscina de decretos-lei, artigos e portarias... e nadamos... nadamos... nessas águas turvas onde as palavras são tudo menos claras e límpidas... mas há que seguir em frente, com muita energia!




...e quando tudo parece estar cozinhado...


 
 

 
 
Começa a odisseia de organizar um processo para entidades (in)competentes, montanhas de papéis e papelinhos, todos assinados e furadinhos, onde uma vírgula fora de sítio pode ser uma catástrofe... somam-me umas quantas idas e vindas e voltas... porque numa só vez, tratar de tudo, é missão quase impossível... e quando finalmente os "planetas se alinham".. mete-se o processo no "forno" e deixa-se 30dias a "marinar"... recebe-se uma ou mais notificações e ... depois de mais uma ida e vinda e volta... "trim trim" para cá e "trim trim" para lá...  papelinhos para trás e para a frente... tudo termina em bem!
 
depois... bom, depois vem a obra... mas podemos ficar por aqui... que essa é outra história!
 
 
 
 
 
Continua a parecer-lhe que faço "apenas uns simples rabiscos"?
Bom, eu faço rabiscos... uns rabiscos dos quais me orgulho muito!
 
Se são simples?! Não, não são. Não são mesmo!
Mas o desafio está aí e eu gosto de um bom desafio!
 
Isto não é uma queixa, é "apenas uma simples elucidação"!
 
 
 
 
 


pABLO pICASSO


 
A liberdade de sentir, expressar, criar... liberdade de preconceitos... liberdade sem limites... liberdade de ser, fazer e acontecer... sem julgamentos, apenas desejos e ideias!
 
 


missão concluída!