Há muito que defendo que o exterior é tão importante como o interior... o vazio tão importante quanto o cheio... assim como a música é tão importante nas nossas vidas como o silêncio. Faz tudo parte de um equilíbrio natural, comum e apaziguador, que nos fortalece, nos harmoniza e nos dá um renovado sentido de viver a cada dia...
Qualquer que seja o espaço, a relação com o exterior, ou no mínimo, com elementos naturais, devolve-nos a nossa essência, a nossa paz, a nossa comunhão básica com o mundo... não podemos viver simplesmente entre paredes cravadas de vazio que nos fazem infelizes no nosso trabalho ou no nosso lar... porque todos temos direito a habitar espaços que nos revitalizem... que nos preencham e façam sentir um delicioso bem estar, alegria e boa disposição...
É nessa fusão mágica e ambigua [interior-exterior] que deixo os meus olhos sossegarem, os meus ouvidos alegram-se no silêncio melodioso, a minha respiração flutua e os meus sentidos voam além limite... deito-me nessa paisagem que se estende diante mim e rendo-me ao seu aroma... sinto essas gotas de chuva frescas e leves tocarem o meu rosto e a minha pele acusa o calor macio e confortável da lenha... os meus pés pairam no ar e os meus braços libertam-se de tudo... é neste momento que viajo através dos meus sentidos, atravesso a sala e lanço-me para lá deste momento...
Como é bom habitar um espaço assim... sem limites!
